Marielle 1 mês depois: mais de 120 cidades pelo mundo organizam atos

Marielle Franco (Foto: Reprodução / Instagram)

Neste sábado (14), dia em que completa-se um mês do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, ações em diversas cidades do mundo irão lembrar a ativista dos direitos humanos e seu funcionário, além de cobrar das autoridades o esclarecimento do crime. Os dois foram mortos a tiros no último dia 14 de março, no bairro carioca do Estácio, quando saíam de um evento do qual Marielle tinha participado, “Jovens negras movendo as estruturas”. Dias antes de ser morta, ela denunciou em suas redes uma ação violenta dos oficiais do 41º Batalhão da Polícia Militar em Acari.

Duas semanas antes, tinha assumido como relatora na Comissão de Observação da Intervenção Federal. O crime teve grande repercussão internacional e diversas personalidades ao redor do planeta se juntaram ao coro do pedido por justiça.

“A Marielle era o nosso sonho político, tinha em seu corpo tudo aquilo que a gente deseja ver na política: era negra, favelada, defensora dos direitos humanos, LGBT. Não podemos deixar tudo o que ela realizava morrer com ele. Estamos tentando nos dar as mãos coletivamente para não deixar que tudo o que ela defendia morra. Que a gente possa, com várias outras vozes, reverberar a lição que ela deixou para o mundo”, resume Mariana Gomes, colaboradora do mandato de Marielle e mestranda da PUC-RJ. “Ontem, uma mulher foi esfaqueada pelo ex na Tijuca [foram mais de dez facadas]. Era com certeza um caso que ela atenderia pela Comissão de Defesa da Mulher [que ela presidia]”, lembra.

Um dos principais eventos é o Amanhecer por Marielle e Anderson, que acontecerá às 6h da manhã em diversas cidades do mundo, entre elas Londres, Quebec (Canadá), Budapeste, Buenos Aires e Lima. O Rio recebe a manifestação em diversos pontos, como a Praça Saens Peña, na Tijuca (onde Marielle morava desde o ano passado); a Clínica da Família Adib Jatente, na Maré (onde cresceu), nos Arcos da Lapa e nos largos das Neves, dos Guimarães e do Curvelo, em Santa Teresa, entre muitos outros. Em São Paulo, MASP e Praça Roosevelt terão edições do ato. Cuiabá, Santa Catarina, Fortaleza e Salvador estão entre as cidades que irão sediar o ato.

No site da vereadora, há indicações para quem quiser organizar um na própria cidade, se ainda não houver algum marcado. A ideia é colorir praças com tecidos, faixas e outros materiais que possam ser utilizados, preferencialmente em laranja e roxo, que são as cores do Amanhecer, além de espalhar flores e cartazes. No  site ainda há artes de cartazes e lambe-lambes para baixar. Também é indicado organizar intervenções culturais e levar flores. “Pensamos em algo para marcar os 30 dias com algo que fosse tanto de marcação memória, que não pode morrer com o corpo, mas também de marcação política, ocupar a rua com pessoas”, comenta Mariana Gomes.

No Rio, acontece também a Marcha e Tambores por Marielle e Anderson, com concentração às 17h nos Arcos da Lapa, irá até o local onde os dois foram mortos, no Estácio. Músicos de baterias de blocos e maracatus irão acompanhar a caminhada. Lá, o chão e a calçada do local do crime serão lavados por integrantes do bloco Filhos de Gandhi RJ e do povo de santo. “A Marielle tinha formação católica forte, foi catequista e integrou a pastoral, mas, pela questão da identidade racial, ela tinha proximidade grande com pessoas de religiões de matriz africana, na luta contra o racismo religioso”, diz Mariana Gomes. São Paulo também terá um ato, organizado pelo coletivo Contra o Genocídio Negro, às 16h, no vão livre do MASP.
Às 18h, na Maré (complexo de favelas na Zona Norte onde Marielle cresceu), acontece o Sarau Eu Sou Porque Nós Somos, no Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), com música, dança, teatro e poesia.

A Anistia Internacional Brasil também convocou um tuitaçopressionando autoridades com a hashtag #QuemMatouMarielle, marcando os perfis oficiais @JusticaGovBR @SegurancaRJ @PCERJ @MP_RJ @PFDC_MPF. A ideia é chegar aos trending topics da rede social. “A sociedade precisa saber quem matou Marielle e por quê. A cada dia que passa e esse caso permanece sem respostas, o risco e ameaças em torno dos defensores e defensoras de direitos humanos aumentam”, disse Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia, ao site da organização.

 

 

G1



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