OPINIÃO: Precisamos falar sobre a imprensa e o pagamento retroativo do TJRN
por Dinarte Assunção
A autorização para converter em pecúnia o direito à licença-prêmio para a magistratura potiguar é um assunto que merece ser discutido à seriedade do evento e gravidade que ele assume no momento em que o Estado atravessa dificuldades financeiras.
Dito isso, é indefensável que a imprensa se comprometa com a volatilidade da opinião pública e não com a gravidade dos eventos.
Meu pensamento sobre penduracilhos é conhecido por todos. Sou frontalmente contra a forma com o qual eles são permitidos.
É injustificável, por exemplo, que auxílio-moradia seja pago pela força de uma liminar a juízes e promotores de todo o Brasil e que o mérito dessa questão não seja enfrentado.
Igualmente injustificável é a imprensa inflamar as emoções e não fazer o chamamento para o debate.
Nesses tempos em que a corrupção soçobra nossas esperanças, é compreensível e tolerável que a sociedade trabalhe com a presunção da culpa. Mas a imprensa, não.
É inaceitável. Não tenho compromisso com as emoções da opinião pública. Tenho com o convite para a discussão.
Uma análise criteriosa das relações de poder descortinará o papel da própria imprensa sobre os Poderes Constituídos.
É uma relação mais retroativa que a questão do Tribunal de Justiça.
Não é algo exatamente de que se orgulhar.
Mas, até para isso, é necessário que haja discussão; linchamento, não.
Sou uma das poucas vozes críticas ao Ministério Público e Judiciário – e não o faço por ocasião, mas por dever. As duas instituições merecem debate. Não defendo para elas o achincalhe com o qual são alvejadas, neste caso, o Judiciário, pois isso só reforçará, através de inocentes úteis, o propósito de quem realmente tem interesse em enfraquecê-los.
source https://www.blogdobg.com.br/precisamos-falar-sobre-a-imprensa-e-o-linchamento-a-magistratura/
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