Moro inicia transição e defende aprovação da MP das Loterias

O juiz federal Sérgio Moro, que assumirá o Ministério da Justiça em janeiro, e o atual ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reuniram-se nesta quarta-feira (7) para tratar da transição de governo. As duas pastas serão fundidas e formarão um superministério, que deverá absorver ainda parte da estrutura do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão subordinado ao Ministério da Fazenda e especializado na investigação de crimes como lavagem de dinheiro. 

Jungmann e Moro reuniram-se durante quase três horas para tratar da transição - Valter Campanato/Agência Brasil

Na declaração conjunta que fez com Jungmann após a reunião, Moro não quis responder a perguntas de jornalistas, mas elogiou as realizações do ministro da Segurança, incluindo o aumento da participação do governo federal no desenvolvimento de políticas públicas para o setor, como a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

Moro citou também a reestruturação financeira da área, com a edição da Medida Provisória (MP) 841/2018, que estipula o repasse de recursos das loterias para o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). O futuro ministro recomendou a aprovação da iniciativa, que tramita no Congresso Nacional, e amplia em R$ 800 milhões os recursos para a área este ano e em R$ 1,7 bilhão para 2019.

"Sem recursos não é possível desenvolver projetos, desenvolver políticas públicas. Então, todas essas medidas são absolutamente louváveis, essa consolidação financeira do ministério. Parece que tem uma medida provisória para aprovar hoje. É muito importante que ela seja aprovada, e acredito que o Congresso vai ter essa sensibilidade de aprovar", afirmou o juiz.

Moro afirmou que conhece Raul Jungmann "já há algum tempo" e que ambos mantêm uma relação "bastante cordial", o que está facilitando a transição de governo. Ele comparou esse processo a "trocar um pneu com o carro em movimento" e disse que a máquina pública não pode parar. 

Durante as quase três horas de reunião, Moro e Jungmann ficaram a sós durante uma hora e meia. Em seguida, houve uma reunião ampliada, que incluiu a presença de dirigentes das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

"Foi feita uma exposição rápida e setorial para o doutor Moro. A ele entregamos todos os documentos que nós julgamos que seria do interesse dele, colocamos toda a primeira linha do ministério à sua inteira exposição", detalhou Jungmann.

No último dia 6, em Curitiba, Moro informou que pretende aprovar, nos seis primeiros meses do futuro governo, um conjunto de projetos de lei para combater a corrupção e enfrentar o crime organizado. Além disso, ele quer levar para o Ministério da Justiça e Segurança Pública a experiência de realização de forças-tarefa no combate às facções criminosas, nos moldes do que tem sido a Operação Lava Jato.

Transição e equipe

Sergio Moro disse que ainda não definiu a dinâmica da transição, mas informou que nas próximas semanas deverá se revezar entre Brasília e Curitiba, além de outras cidades, para articular "paulatinamente" a montagem da equipe e o planejamento das prioridades para a pasta.

Ele não quis adiantar nomes dos futuros auxiliares, mas destacou que é "possível" que indique integrantes para compor a equipe de transição de governo que trabalha sob a coordenação do ministro extraordinário Onyx Lorenzoni.

Moro não informou sua agenda de compromissos em Brasília, mas deve permanecer na cidade até amanhã (8) e então retornar a Curitiba.

Por Pedro Rafael Vilela - Agência Brasil
Edição: Nádia Franco


source http://www.diariopotiguar.com.br/2018/11/moro-inicia-transicao-e-defende.html

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