Ranking de fast-foods indica negligência com bem-estar de frangos

Entre as dez empresas avaliadas pela Proteção Animal Mundial, o Burguer King foi a que teve a maior queda em relação ao ranking de 2019.


Pelo segundo ano consecutivo, a Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que trabalha em prol do bem-estar animal, analisou as principais redes de fast-food do mundo, como Burger King, KFC, McDonald’s e Subway, para avaliar seu nível de preocupação com o bem-estar dos frangos que comercializam. As conclusões do ranking “Botando Ordem no Galinheiro 2020” indicam que apesar de políticas locais, nenhuma das redes possuí compromissos globais, expondo os frangos a sofrimento e crueldade desnecessários. No Brasil, nenhuma das redes possui nenhum tipo de compromisso.



“Com exceção do KFC, que assinou compromissos na Europa, encontramos uma estagnação ou, até mesmo, piora nos índices de bem-estar dos frangos comercializados pelos principais fast-foods. O Burger King, por exemplo, caiu seis posições em relação ao ano passado”, afirma a coordenadora de Animais de Fazenda da Proteção Animal Mundial, Paola Rueda. Para ela, “não há interesse das redes em melhorar os padrões e a qualidade de vida dos frangos. Os fast-foods continuam lucrando com o sofrimento desnecessário de animais. Esperamos que nosso relatório possa conscientizar os consumidores e pressionar as empresas a mudarem este cenário”.

Com base em relatórios e informações públicas, as 10 redes de fast-foods foram avaliadas no bem-estar dos frangos em todo o mundo em três elementos principais: compromisso, ambição e transparência. Entre os principais resultados estão:

O KFC foi a única que evoluiu em relação ao ano passado. A rede de frango frito pulou de nota 5 (ruim) para 3 (progredindo), por conta dos compromissos firmados em seis países da Europa para melhorar a vida dos frangos;

O Burger King não reiterou compromissos passados em sua comunicação pública, por isso teve uma queda de 30% em relação ao ranking de 2019, sendo classificado com a nota 6 (muito ruim);

O McDonald’s (5–ruim) e a Pizza Hut (6–muito ruim) também receberam menos pontos nesta edição do que em 2019,

O Starbucks (4 - começando), o Subway (4 - começando), o Nando´s (5 – ruim) e o Domino’s (6–muito ruim) se mantiveram na mesma posição;

Avaliado pela primeira vez, o Habib’s, única marca 100% nacional neste levantamento, obteve o pior desempenho, com pontuação 0 em todos os quesitos;

Para avaliar as redes, o “Botando Ordem no Galinheiro” utiliza os padrões definidos pelo “Better Chicken Commitment”, um compromisso desenvolvido pelas principais organizações de bem-estar animal do mundo. “Orientamos as redes de fast-foods a utilizarem linhagens de frangos que cresçam a uma taxa mais saudável; garantir que os frangos tenham espaço para se comportarem de maneira mais natural; e assegurar que os frangos sejam abatidos usando métodos humanitários”, explica Paola.

Mude pelos Frangos – A campanha da Proteção Animal Mundial pressiona, desde 2016, as grandes redes de fast-food a se comprometerem com o fim do sofrimento e a crueldade na produção mundial de frangos e assumam padrões com critérios mais elevados de bem-estar.

Cerca de 60 bilhões de frangos são criados anualmente para o consumo global. Dois terços deles vivem em galpões superlotados, sem enriquecimento ambiental ou acesso a luz natural ou ar fresco, impossibilitados de expressar seu comportamento natural. Devido ao tamanho exagerado e à velocidade na qual eles são criados, muitos sofrem com problemas de locomoção, pulmões, coração e lesões.

Um estudo realizado pela Proteção Animal Mundial, em parceria com a IHS Markit, mostrou que os custos para que as grandes redes de fast-food comercializem apenas carne de frango com altos padrões de qualidade é apenas R$ 0,25 mais caro. O ticket médio do lanche saltaria de R$ 20,80 para R$ 21,05. Além disso, a organização levantou que a diferença de custos para a criação de aves em sistemas com alto nível de bem-estar é de apenas 13,7% mais caro do que os convencionais, o que, na média, representa um acréscimo de R$ 0,38 no preço do quilo do frango vivo.


Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)

A Proteção Animal Mundial move o mundo para proteger os animais por mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.


Imagem de Shutterbug75 por Pixabay

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